quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Pim pam pum...

Peço desculpa pela ausência, mas finalmente ando um pouco escassa de tempo livre e quando o tenho há sempre algo a ocupar-me. Tudo isto porque comecei a trabalhar há pouco mais de 2 semanas no meu novo emprego e como trabalho durante o dia (porque no hotel entrava às 18h e saía às 2h da manhã, deixando-me super cansada, apesar do tempo livre ser bastante maior) acabo por chegar a casa, preparar o jantar e pronto, "xixi e cama", o que eu adoro, pronto.

É exactamente sobre isso que vou falar neste novo post que pretende dar a conhecer as diferenças entre Portugal e Irlanda do Norte/Reino Unido.

Antes de mais nada, e porque o post anterior criou alguma polémica, devo esclarecer que o que quis dizer não foi que é impossível comer uma refeição saudável por aqui. Não foi isso. O que quis dizer é que se nos habituarmos às rotinas mais comuns que por aqui se praticam que a minha saúde deixa de ser o que é. E só me baseio no que vejo, claro.

Pronto, esclarecimento efectuado.

Ora então, regressando ao tema de hoje. Saí de Portugal porque não consegui arranjar emprego durante mais de um ano. Pouco antes do nosso casamento trabalhava num Centro de Ciência. Saí de lá por várias razões: primeiro porque o espaço ia fechar para obras, portanto não havia garantias de trabalho; segundo porque resolvemos mudar-nos para Guimarães, já que eu tinha esperança de que na minha terra iria facilmente encontrar um emprego; e em terceiro porque tinha um casamento e uma tese para tratar, então precisava de tempo. Sim, não foi se calhar uma decisão assim tão intelegente, mas como aquele trabalho tinha sido fácil de arranjar, nunca me tinha deparado com uma real situação de desemprego. E pronto, desde aí não consegui nada (ou quase nada). Consegui um emprego (trabalho?) num restaurante num centro comercial (isto ainda antes do casamento e antes de terminar a tese) que era um "mimo": 6 dias por semana, das 11 da manhã às 11 da noite com 3h de intervalo ali pelo meio (em que não dava para fazer NADA, já que aquilo ficava ainda longe de minha casa) e a ganhar o salário mínimo. Recusei (assim como fizeram todas as pessoas antes de mim) porque realmente era quase trabalho de escravo. Mas recusar se calhar foi castigo para mim, porque depois disso é que nunca consegui nada de jeito. Só uma explicações, uns biscates na minha mãe, uns biscates na minha madrinha e pronto, ficou por aí. O que juntava ao fim do mês dava para muito pouco. Tentei de tudo (ou quase tudo): bolsas, empresas (da área, claro), lojas... Raramente me respondiam. E se respondiam, ou não tinha experiência ou não estavam a precisar de ninguém. E ao fim de mais de um ano nisto acabei por cansar. Porque o R. mesmo tendo emprego ganhava tão pouco que ao fim de 10 dias já estávamos outra vez à rasca de dinheiro! Juntáva-mos moedas durante uns meses para poder ir ao cinema ou comprar um livro. Verídico.

Então no início deste ano decidimos que estava na hora de mudar e fazer pela vida. E aqui está a diferença de um país que não está em crise (ou pelo menos não como o nosso): em menos de um mês o R. conseguiu um emprego full-time numa das maiores cadeias de cafés do mundo. Conseguiu até um emprego casual no Titanic, mas acabou por recusar porque não lhe compensava. Eu demorei um pouco mais, por causa do meu inglês (e da minha confiança também). Acabei por tirar vários cursos na área da hospitalidade e retail, consegui uma série de certificados (tudo gratuíto), entretanto fazia uns biscates durante concertos e no IKEA, até que me decidi a candidatar a coisas mais a sério. Ainda não consegui um emprego na minha área, mas já tive mais entrevistas relacionadas com esse assunto que aquelas que tive no meu país. E em pouco tempo consegui um emprego num hotel, depois consegui outras duas entrevistas (uma delas para o meu actual emprego) e fui bem sucedida nas duas, e depois ainda tive de escolher entre as várias ofertas. Ou seja, durante mais de um ano eu chorava porque não conseguia nada, e agora chorava porque não queria tomar a decisão errada.

E ainda dizem eles que está difícil arranjar emprego aqui! Se vivessem em Portugal iam ver o que é difícil.

Portanto, até agora, esta foi a melhor decisão que tomamos.

1 comentário:

  1. que assim continue, pois vocês merecem tudo de bom. até que enfim que escreves para os que não têm facetruque :P beijos

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Peço que não deixem comentários anónimos.
Obrigada,
Anabela