sexta-feira, 27 de junho de 2008

"Finalista"...

E o semestre está mesmo a terminar. Se eu pensava que o primeiro fora difícil, nem quero saber o que chamo a este. Foram dias inteiros em frente a um computador ou a um monte de papeis...
Mas valeu a pena, afinal fiz as 5 cadeiras (isto supondo que passei a Bioestatística), incluindo Petro, que eu dava como perdida!!! E fazendo contas, no próximo ano sou finalista!!!!!!!!!!!!!!!!
Só me falta uma melhoria e depois...FÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉRIIIIIIASSSSSSS!!!!!!!!!!!!!!!! Algarve, aqui vamos nós!
Bjs a todos...e boa sorte ao pessoal que tem exames de recurso... é pra arrebentar com tudo!!!!!!!!

História do arco da velha!!!


Quando nós pensamos que já vimos de tudo, eis que surge um vimaranense para nos surpreender!!! Então não é que um "senhor" de 34 anos (cuja identidade não vou revelar, para não ferir susceptibilidades) casou com uma peruana (24 anos), e ao fim de um ano e meio de casamento a coisa deu para o torto e terminou em divórcio? E o que é que isto tem de tão estranho, perguntam vocês... pois, a verdade é que os dois se conheceram pela internet... exacto, até aqui também nada de mais...mas a peculiaridade desta relação está no facto de eles se terem casado...sem nunca se terem visto!!! Sim, o "senhor" tratou de tudo na Conservatória de Guimarães, tudo oficial. O casamento implicava a vinda da mulher para Portugal, a qual não obteve autorização. Passado uns meses, a "miúda" resolveu casar-se...com um outro homem de Braga...sendo ainda casada com o nosso "senhor". E pronto, estão prestes a divociar-se, sem nunca terem consumado o casamento ou sequer terem posto a vista em cima um do outro. Como é lógico, o "senhor" em causa sente-se enganado, foi ele próprio que decidiu que o divórcio seria o melhor caminho... e pensa casar-se com uma brasileira que conheceu também na internet!!!
Bem, o meu objectivo é apenas transmitir a estória insólita de um casal insólito. Ao "senhor" desejo as maiores felicidades e uma melhor sorte na próxima!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

6ª Parte do 5º Capítulo "Um dia no castelo"

Chegados aos estábulos, que ficavam nas traseiras do castelo, Lua correu para o seu pónei, afagando-lhe a cabeça. Era um belo animal de pêlo dourado, a quem a Princesa chamava carinhosamente de Espiga. Mas o que Lua mais queria era crescer para poder montar o fantástico Vampiro. Era ainda um cavalo novo, de apenas 4 anos, mas Lua desde logo se apaixonara por ele. Tinha um pêlo preto muito brilhante, incluindo cauda e crina. Apesar do nome, Vampiro era muito dócil e adorava que Lua o acarinhasse.
- Um dia, vais ser meu. - afirmou, depois de passar a sua mãozinha pelo dorso do animal. Colocou o seu chapéu preto que usava durante as aulas bem apertado para não cair e seguiu ao lado do professor, que trazia o pónei preso a uma corda numa das mãos e na outra o seu velho cavalo castanho. Foram para um terreno de terra batida, cercado por grades de madeira. Lá, Lua subiu no pónei com a ajuda do professor. Ainda era muito baixa para o conseguir fazer sozinha.
Aquela aula começou como todas as outras: para que Lua se habituasse ao Espiga e este à Princesa, davam meia dúzia de voltas ao recinto, com o professor a controlá-los, segurando sempre a corda do pónei. Só quando estavam os dois bem habituados um ao outro é que Lua podia dar umas pequenas corridas, primeiro dentro do recinto e depois nos campos relvados mais próximos. Nunca podia ir muito longe, pois o professor seguia-a de perto no seu cavalo. Se pudesse, Lua correria todos os campos, que um dia seriam sua propriedade. Aliás, o que por vezes mais queria fazer, era fugir das imediações do castelo, montada no Vampiro.
- Mantém as costas direitas. - aconselhou o professor.
Espiga era um pónei muito manso, nunca arranjara problemas e era um bom companheiro de aulas. Mantinha uma pose erecta enquanto a aula decorria e depois deliciava-se com relva fresca dos campos.
Contrariamente ao que acontecera no dia anterior, o sol brilhava e o céu estava limpo. Isso acontecia muitas vezes na Floresta Dourada: dias de chuva intensa seguidos de dias límpidos e quentes. Lua olhou o horizonte e mais uma vez ficou fascinada com o facto de não conseguir ver o fim dos terrenos pertencentes à sua família. Era das poucas coisas de que gostava em ser Princesa: tinha terrenos sem fim à sua disposição. Podia um dia construir uma casa pequena para o seu avô viver, assim ele não sentiria tanto a falta de uma vida humilde. Podia até conseguir com que trouxessem
o caixão da sua mãe e podia sepultá-la num pequeno palácio, todo de vidro.
Lua adorava sonha e imaginar um mundo só dela, onde apenas cabia felicidade. Também sonhava encontrar o Príncipe Encantado de que por vezes o professor Oceano falava, nos seus contos de fadas. E como Lua não conhecia ninguém para além das pessoas do castelo, exceptuando o avô, a Princesa imaginava que o seu Príncipe Encantado era o professor. Antes de adormecer, inventava grandes romances na sua mente, em que Oceano aparecia num cavalo branco, a salvava daquele castelo horrível e fugiam os dois para bem longe.
Claro que Lua nunca partilhou estes pensamentos com ninguém. A sua paixão pelo professor era secreta e nem mesmo o avô, para quem Lua quase não guardava segredos, a conhecia.
Passou algumas horas da sua tarde a cavalgar no pequeno pónei, sempre sob o olhar atento do professor. Viram Rafael passar a cavalo num dos campos mais afastados, mas não fizeram caso. Lua já estava habituada a ver o pai por aqueles lados. Nas suas primeiras aulas, ele ainda a fora visitar, só para se certificar de que tudo estava bem. Mas ao fim de alguns dias, como nada de novo acontecia, limitava-se a dar o seu passeio diário pelos campos verdes. O cavalo de Rafael era um grande animal branco, de quem Lua não gostava muito, por ser um pouco selvagem. Quase nunca obedecia ao seu professor de equitação, nunca deixava que a menina lhe passasse a mão, e a única pessoa capaz de o controlar era mesmo Rafael. Quando o via passar ao longe, montado naquela fera, Lua imaginava que o pai um dia também fora o Príncipe Encantado da mãe, no seu cavalo branco. Mas esse Príncipe tornara-se num monstro, devido a um feitiço provocado pela tristeza, e que necessitava agora de um novo amor para o curar. Mas enquanto isso não acontecia, Lua sofria por ter um pai ausente e que a culpava injustamente pela morte da mãe.
- Muito bem, menina! Portou-se lindamente nesta aula. Nos primeiros dias, eu achei que tinha um talento natural para a equitação, mas agora tenho a certeza. Soube manter a pose correcta e mostrar confiança é um bom princípio para se se uma óptima cavaleira. - o professor ajudou-a a descer, enquanto a elogiava efusivamente. Lua ficou muito contente com as palavras do professor, pois cavalgar era algo que naturalmente gostava. Sentia-se livre, longe das grandes paredes e regras do castelo. Agradeceu os elogios, tirou o chapéu e fez o caminho de regresso sempre ao lado do professor e a perguntar quando poderia montar um cavalo a sério, como o Vampiro. O professor riu-se e depois pousou uma das suas mãos calejadas no ombro de Lua.
- Ainda é muito pequena para isso. Um cavalo nem sentiria o seu peso, o que seria um perigo. Talvez daqui a uns três ou quatro anos.
Lua ficou ligeiramente frustrada, mas acabou por esquecer o assunto.
Quando chegou ao castelo, encontrou Rossana à porta, que a acompanhou até ao quarto. Lua passou o seu corpo por água de rosas em menos de cinco minutos, pois sabia que àquela hora, o lanche estaria pronto.
A Princesa lanchava sempre sozinha. A bem dizer, Lua até preferia que assim fosse, já que as refeições principais eram sempre momentos de grande tensão. Eram raras as vezes em que surgia um tema de conversa, e quando isso acontecia, nunca trocavam mais que meia dúzia de frases.
Sentou-se à mesa, ainda muito corada, e comeu várias fatias bolo e bebeu dois copos de sumo natural. Rossana esteve sempre ao lado da menina. Desde que a ama se reformara, a principal responsável por Lua era a jovem empregada.
- Porque é que ficas sempre a olhar para mim e não lanchas comigo? - inquiriu Lua, achando descabida a ideia de a empregada ficar todas as vezes de pé, enquanto a via devorar os melhores bolos e pães aquecidos.

sábado, 21 de junho de 2008

Tempo e espaço...

E porque surgiu a dúvida por parte da Joana Lima, quero esclarecer que o espaço do livro Lua, tal como podem facilmente ver, é imaginário. Passa-se numa Floresta, sem grandes construções, tudo muito simples, incluindo o castelo da miuda (muito resumidamente, é branco, quadrado e com uma torre em cada canto :P). O elemento principal é mesmo a natureza...a calma, a simplicidade... Quanto ao tempo... bem, é intemporal. Não tem uma época definida. Apenas dou largas à minha imaginação e vou colocando objectos que me parecem condizer com o espaço: velas, candelabros, carroças, cavalos, vestidos enormes. É o cenário da típica história de Princesa, como "A Bela e o Monstro", "Cinderela"... Aceito sugestões e críticas, ok?
Bjs
(Joana, espero que estejas mais esclarecida :P)

quarta-feira, 18 de junho de 2008

5ª Parte do 5º Capítulo "Um dia no castelo"


- Vejo que hoje estás muito bem disposta. Bem melhor que ontem. - estava também já sentado, na cadeira que sempre escolhia, de costas para a paisagem. - ouvi dizer que voltaste a fugir. - Lua não respondeu, mas fitou o professor nos olhos, como se o desafiasse. Oceano sorriu, colocou os óculos que usava para ler e procurou qualquer coisa em cima da mesa. - Muito bem, pequena Princesa, a aula vai começar. Hoje vamos começar a formar palavras, visto que ontem te apresentei a última letra do alfabeto. Em primeiro lugar, quero que me escrevas nessa folha o teu nome, a data e todas as letras que conheces...
A aula durou, como sempre, três horas, em que Lua aprendeu a escrever algumas palavras pequenas, a fazer contas de somar e subtrair e ainda fez um desenho, para se distrair. Durante as aulas, Lua falava pouco. Mas gostava de ouvir o professor contar histórias e experiências. Ela limitava-se a ficar muito atenta.
No fim da aula, tal como prometido, Rossana estava à porta do quarto de estudo, para depois acompanhar Lua até ao quarto. Lua seguia sempre à frente, pois odiava ter de correr atrás de alguém.
- E então, como correu a aula? - perguntou a empregada, sempre disposta a conversar com a menina, apesar de saber que a maior parte das vezes não obteria resposta.
- Correu bem. - respondeu, sem sequer olhar para trás, e quase alcançando a porta do quarto. Abriu a porta e Rossana certificou-se que a Princesa entrava de facto. Não podiam correr o risco de deixá-la fugir novamente.
- Dentro de poucos minutos venho chamá-la para o almoço. - pediu licença para sair e depois fechou a porta. Lua sentou-se na sua cama e pegou na fotografia da mãe.
O quarto já estava arrumado e limpo. Lua nunca soubera quem arrumava o seu quarto, pois esse trabalho era sempre feito quando estava em aula ou, até uns meses atrás, quando estava com a ama. Eram tantos os empregados do castelo, que era impossível conhecê-los a todos. Aqueles que Lua conhecia melhor eram Rossana, Paco, a antiga ama – que entretanto se reformara – e Oceano, que nem era considerado empregado, pois não era permanente no castelo, já que o seu trabalho se resumia a dar três horas de aula por dia. Havia também os seus professores de actividades, mas como só os via uma vez por semana, era como se não os conhecesse.
Quando pousou a fotografia, levantou-se e foi até ao quarto dos brinquedos, que estava ligado ao seu quarto de dormir por uma porta, tal como a casa-de-banho. Era um quarto pequeno e todo ele preenchido pelos mais possíveis brinquedos. No chão tinha uma grande tapeçaria, onde Lua costuma sentar-se com as suas bonecas. Apesar de ser fria e de passar uma infância dolorosa, a menina era apenas uma criança e gostava de brincar ao faz-de-conta, com bonecas e peluches e todo o tipo de acessórios.
Começou a brincar, inventando uma história, e nem deu pelo tempo passar.
Rossana bateu à porta para chamá-la para o almoço, que seria servido dentro de poucos minutos. Lua pousou os bonecos com todo o cuidado onde os tinha encontrado e saiu, depois de lavar as mãos. Quando chegou à sala de refeições, já lá estavam os avós, a quem Lua sorriu, mas o pai ainda não chegara. Sentou-se no seu lugar e esperou, em silêncio. Foi a avó quem falou primeiro.
- Que aprendeste hoje, Princesa? - o seu vestido era desta vez azul celeste, demasiado parecido com o do dia anterior. Lua prometeu a si própria que assim que tivesse idade, passaria a usar apenas calças. Eram mais confortáveis e práticas.
- Aprendi a escrever algumas palavras, fiz contas e fiz um desenho da Floresta. - normalmente nem teria respondido, mas achava que devia ser simpática com os avós, senão poderia correr o risco de ficar em casa na tarde do dia seguinte.
- Vais ver, vais aprender tanto, que um dia destes estás a escrever livros e tudo. - brincou o avô. Lua sorriu, torcendo o nariz. Achava que nunca aprenderia o suficiente para poder escrever uma frase completa, quanto mais um livro. Nesse momento o pai entrou, com o seu ar severo e Lua logo ficou séria. Rafael sentou-se sem nada dizer e fez sinal à criada para que servisse a sopa.
- Não estás a pensar fugir esta tarde, pois não, Lua? - perguntou, enquanto se servia e olhando-a por um segundo.
Foi o Rei quem respondeu.
- A Lua não terá mais necessidade de se escapulir do castelo, pois amanhã iremos levá-la a visitar o avô. - olhou o filho com atenção, à espera que este reagisse.
Rafael olhou de Lua para o pai e deste para a filha, novamente.
- Foste tu que pediste? - o coração de Lua batia muito depressa, com medo que o pai a proibisse de sair ou que fizesse algo pior.
- Não... os avós ofereceram-se para me levar e eu aceitei. - deixou de mexer a sopa, para olhar o pai, com expectativa.
- Não a tragam muito tarde, sabem que ela deve deitar-se cedo.
- Não te preocupes, filho, sabemos a que hora a Lua se deve deitar.
Lua sentiu o coração voltar ao ritmo normal, depois de saber que o pai nada tinha contra o facto de ir visitar o avô, desde que pedisse autorização.
O almoço correu na maior das calmas. Comeram carne assada acompanhada de batatas e mesmo a sopa soube bem a Lua. Mal podia esperar pelo dia seguinte, para visitar o avô. Pensara que não o voltaria a ver, mas tudo correra bem, e tendo em conta a reacção do pai, a menina começava a achar que a ameaça fora apenas uma forma de preveni-la de que não devia fugir.
Após ter comido a sobremesa, subiu para o quarto, onde Rossana lhe escovou os cabelos, que já estavam embaraçados, e lhe deu uma nova roupa para vestir. Naquela tarde, Lua teria a aula preferida da semana: equitação. Para além de poder usar calças, adorava animais e o cavalo era dos seus favoritos.
Vestiu então umas calças castanhas, uma camisola de lã grossa, vermelha, e pegou no seu chapéu de protecção. Treinava ainda num pónei, mas nunca caíra e estava a adorar a experiência.
Saíram do quarto e Rossana acompanhou a menina até ao hall de entrada, onde o professor de equitação a esperava, também trajado a rigor. Foram juntos até aos estábulos, sempre em silêncio, já que nem um nem outro tinham por hábito falar. O professor de equitação era muito profissional e não lhe parecia bem tentar meter conversa com a futura Rainha do reino.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Miminhos das fadas...

Sim, porque eu sou chique e muito abençoada! :p


Bem, eu peço desculpa à Manuela (do blog http://artes-de-fada.blogspot.com/ ), mas não vou proceder ao ritual habitual dos miminhos... porque eu não conheço nem 5 pessoas com blog!!! Então, vou limitar-me a pôr aqui os miminhos que já recebi das Fadas :)


segunda-feira, 9 de junho de 2008

4ª Parte do 5º Capítulo "Um dia no castelo"

Bem, só uma coisinha...como esta parte ainda não está revista e corrigida, e como tudo isto não foi escrito no mesmo dia (só se eu fosse a Super-Mulher!!!), pode haver discrepâncias... Se não estou em erro, já no excerto anterior aparece a personagem Rossana. Acho que ela não foi bem apresentada...a Rossana é a empregada que cuida de Lua (aquela que a vai acordar e tal...). Pronto, boa leitura...

A menina baixou o olhar, com uma enorme vontade de chorar. Claro que algo a andava a magoar, mas não podia contar aos avós! Apesar de tudo, era ela quem sentia vergonha e não queria fazer queixa do pai. Além disso, tinha medo de que ao contar o que se passara, o pai cumprisse a promessa. E Lua não queira arriscar. Preferia passar o resto dos seus dias sem ver o seu querido avô. Imaginá-lo morto era já demasiado doloroso. Engoliu em seco e ergueu a cabeça, esboçou um sorriso e encarou os avós.
- Não preciso de nada. Está tudo bem comigo. - e preparava-se para se levantar, mas a avó insistiu.
- Lua, somos teus avós, gostamos muito de ti e estamos preocupados contigo. Queremos saber porque tens andado assim tão triste. É porque o teu pai não te deixa visitar o teu avô? - Lua sentiu os olhos encherem-se de lágrimas. Afinal os avós sabiam o que se passava. Será que também concordavam com o pai? O Rei pegou na mão da Rainha e sorriu para a neta.
- Lua, querida, sabemos que gostas muito do teu avô, e compreendemos o porquê. Ele é a única pessoa capaz de falar da tua mãe. Mas não precisas de fugir para ir visitá-lo. - levantou-se, fazendo a chama da vela mais próxima tremer, e aproximou-se da menina. Lua olhou o avô na espectativa e este passou-lhe a mão pelo cabelo, carinhosamente. - Minha linda, se queres visitar o teu avô, nós mesmos te acompanharemos à Floresta.
Lua sentiu uma grande vontade de abraçar o avô paterno, mas não se atreveu.
- Está a falar a sério? Eu posso mesmo visitar o meu avô.
- Claro que podes, Lua. - respondeu a avó, ainda sentada. - Apenas tens nos pedir. Não precisas de fugir. Hoje não podemos sair daqui, pois temos em mãos um monte papelada para resolver, mas o que dizes de irmos à Floresta amanhã, ao início da tarde? - ao ver a alegria nos olhos da neta, as rugas da Rainha pareciam até ter desaparecido. Há quanto tempo não esperavam ver a neta feliz? Não gostavam de se intrometer na educação que Rafael escolhera para a filha, mas há muito que admitiam que o filho estava a ser negligente com a menina, que de tanta atenção precisava.
- Isso seria óptimo! - exclamou, levantando-se. - Amanhã a seguir ao almoço vão levar-me a ver o avô?
- Sim, vamos. - a avó também já estava de pé, ao lado da menina. - Agora, se quiseres podes ir, tens o teu professor à tua espera. - Lua agradeceu, empolgada, e saiu. Paco, que estava do lado de fora, fez-lhe uma pequena vénia e acompanhou-a de novo até ao quarto. Pelo caminho Lua sorria, pois afinal podia ir visitar o avô, bastava pedir. E desta vez o pai não lhe poderia fazer nada, pois tinha o apoio dos avós paternos.
Assim que chegaram à porta do seu quarto, Paco fez novamente uma vénia e retirou-se, de volta ao escritório, depois de perguntar se Lua necessitava de algo. A pequena Princesa respondeu que não precisava de nada e entrou no quarto, onde pouco depois seria chamada para a aula do dia. Naquele tempo livre que tinha desde o pequeno-almoço e a aula, costumava ir para a varanda do seu quarto, olhar o mundo lá fora. Ou então pegava num dos seus livros cheios de imagens, inventando uma história, pois ainda não aprendera a ler correctamente. Havia dias em que acordava cheia de vontade de aprender, mas dias havia em que apenas queria fica fechada no seu quarto. Naquele momento sentia-se com vontade de ter aulas e aprender a ler e fazer contas e tudo o que fosse preciso para se tornar numa menina inteligente.
Não estava há mais de quinze minutos no quarto, sentada na cama, quando Rossana, a criada, entrou.
- Menina, o seu professor espera-a no quarto de estudo. - Lua levantou-se rapidamente, atirou o cabelo para trás e saiu depois de Rossana, que fechou a porta atrás de si. As regras do castelo diziam também que o empregado que fosse buscar a menina ao quarto era responsável por depois a deixar novamente no quarto. Para que pudessem saber quem fora o último a ver Lua. Assim, Rossana desceu as escadas com Lua, até ao quarto de estudo.
- Virei buscá-la daqui a três horas. Boa aula. E retirou-se, para cumprir outras tarefas. Bateu à porta do quarto de estudo. De lá de dentro a voz grave do professor ordenou que entrasse. Foi o que Lua fez, fechando de imediato a porta.
- Bom dia, pequena Princesa! - o Professor Oceano era ainda novo, não teria mais que vinte e cinco anos. A sua voz era grave, mas o seu rosto de feições suaves, com olhos grandes, cor de mel, pele muito lisa, lábios salientes e cabelo muito curto, escuro. Lua achava-o muito bonito e por vezes imaginava que Oceano era o seu pai e que brincavam juntos. Mas naqueles três meses, desde que se tinham conhecido, apenas eram aluna e professor.
- Bom dia, professor Oceano. - sentou-se no seu lugar, ainda a sorrir. O quarto de estudo era provavelmente a divisão mais iluminada do castelo. Duas das suas paredes eram substituídas por vidro, para que a luz do sol penetrasse com facilidade e quando anoitecia, uma centena de luzes no tecto se acendia, para que pudessem sempre usufruir daquele quarto. Não era muito grande, o quarto de Lua era um pouco maior. Na parede oposta à porta, havia uma estante com resmas de papel branco e nas gavetas podia encontrar todo o tipo de tinteiros e penas e também canetas e lápis. Os avós queriam que Lua treinasse bem a sua escrita com pena, pois era mais elegante, mas compreendiam também que a menina usasse caneta, por ser mais prático.
No centro do quarto havia uma grande mesa redonda, com meia dúzia de cadeiras almofadadas à sua volta. Em cima da mesa estavam já folhas e material de escrita para a aula.

Artes de Fada...


Bem, queria apenas recomendar (às meninas, principalmente) que visitem o blog

http://artes-de-fada.blogspot.com/... tem coisas muito fofas!!!

Bj...