sexta-feira, 10 de agosto de 2007

8ª Parte do 1º Capítulo "Safira"


Estavam cada vez mais próximos. Rafael caminhava atrás. Os Reis passaram por Safira sem para ela olharem, apenas porque não viram a rapariga empoleirada no banco, nem quando ela se curvou para os receber, assim como todos faziam.
O coração da jovem parou momentaneamente. Rafael estava o mais próximo possível dela. Olharam-se com intensidade e sorriram um ao outro, como se de cúmplices se tratassem. Safira baixou o rosto, ainda a sorrir. As raparigas histéricas olhavam-na com inveja. Ela fora a única a quem Rafael sorrira.
A família Real sentou-se, assim que chegou ao fim do tapete de flores. O Rei ao centro, a Rainha do lado direito e Rafael do lado esquerdo. O cocheiro apresentou-se de pé, ao lado de Rafael. Toda a Floresta Dourada estava voltada para eles. O silêncio instalara-se uma vez mais. E então, o Rei levantou-se, acenou a toda a multidão, que aplaudiu entusiasticamente, e pediu que o barulho cessasse.
- Caros amigos da Floresta Dourada. – começou, revelando uma voz grave, mas benevolente. – É com um enorme prazer que venho, uma vez mais, receber a Primavera convosco. Sem mais demoras ou discursos, que comece o Baile da Floresta! – e às suas palavras, toda a gente se dirigiu às mesas , incluindo a família Real, de modo a satisfazer o estômago. Safira desceu do banco, enquanto os Reis e o Príncipe caminhavam novamente pelo tapete de flores, em direcção às mesas. Safira escolheu uma das mesas mais despovoadas e tirou um naco de carne. Saboreou-o com delicadeza e afastou-se, a fim de deixar que outros tivessem oportunidade de se servir. Voltou a sentar-se no seu banco, longe de toda a multidão. Podia observar, por entre espaços, o Príncipe lá longe. Este sorria, num mundo repleto de novidades. Rafael sempre ficara no castelo nos Bailes da Floresta. Não por opção. Apenas porque o Rei insistia que a sua apresentação oficial à Floresta Dourada só seria no dia do seu vigésimo aniversário, tal como mandava a tradição.

1 comentário:

  1. Mais uma vez, gostei dos excertos.=)Tens muito jeito para escrever.
    Beijinhos.

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Peço que não deixem comentários anónimos.
Obrigada,
Anabela