sexta-feira, 22 de junho de 2007

Para ti...


Era um belo fim de tarde. O sol começava já a dar sinais de querer esconder-se para lá do horizonte e a temperatura era agradavelmente quente. De tempos a tempos corria uma ligeira brisa, que eu gostava de sentir na face.
Após a enorme pressão de mais um exame, nada sabe melhor que um passeio pela Natureza com a pessoa que se ama. A companhia perfeita, o local perfeito, onde o verde e o azul dominavam. Senti-me invadida por uma sensação de nostalgia. Há quantas semanas andava eu com a cabeça enfiada nos livros? Acho que lhe perdi a conta… Habituada a uma luz artificial do candeeiro, até aquele sol de fim de tarde me fazia franzir os olhos. Mas estava-me a saber pela vida, aquele passeio… eu, uma rapariga da cidade, sinto um certo fascínio pelas coisas simples, como a Natureza. E então aproveitei cada momento como se fosse único, apreciando os sons, as cores…
Àquela hora não se via quase ninguém.
Senti uma enorme vontade de fazer parte do jardim relvado que pisávamos e sugeri que nos deitássemos ali mesmo, na relva. Ele pediu-me que me deitasse primeiro, como que a desafiar-me, e assim fiz, pouco preocupada com o facto de a minha túnica ser de cor clara. Deitei-me, com o céu no meu campo de visão. Não estava totalmente limpo, viam-se algumas nuvens… chovera no dia anterior. E então experimentei uma das sensações mais maravilhosas, ouvir a voz da Natureza. Não me lembrava da última vez em que tinha feito aquilo. Há tantos anos… observar o céu, ouvir o som do vento a soprar as folhas da árvore que estava ao nosso lado, o piar das aves que cruzavam o ar… como se estivéssemos sós no mundo, como se aquele fosse o nosso espaço, como se tudo fosse nosso e nada mais fosse realmente importante. Fechei os olhos e senti o aroma suave da relva. Só quis parar o tempo e conservar aqueles momentos para o resto da vida, gozar para sempre daqueles minutos em que os problemas se dissipam e tudo nos parece perfeito. Sorri, contendo o impulso de soltar uma gargalhada de felicidade… quantas vezes na vida nos sentimos assim? Tão poucas! Mas agora percebo que isso pode mudar.
Abri os olhos, voltando a vislumbrar aquele azul harmonioso, a cor que mais paz me transmite. Olhei para a pessoa ao meu lado. Ele tinha também os olhos fechados e um sorriso sereno nos lábios. Perguntei-lhe porque sorria. Ele olhou-me e eu adivinhei a sua resposta: “Por nada…” Continuamos a olhar-nos, em silêncio, por alguns segundos. Então, surpreendentemente, ele volta a sorrir e num sussurro disse-me:
“Casa comigo…”


Amo-te…

2 comentários:

  1. Oláaaaa!!!!!

    Realmente, não há nada como ouvir a natureza! Sabe bem e acalma-nos...
    Gostei muito do texto, é agradável de se ler. Não é cansativo.

    Escreves muito bem.;)

    Beijinhos!

    PS:Estou à espera do livro... com assinatura!eheh. Muah!

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  2. Sentir a natureza é algo estupendo. Desejo no futuro viver muitos momentos como o descrito nesse texto.

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Peço que não deixem comentários anónimos.
Obrigada,
Anabela